Após vistoria no Instituto Médico Legal (IML) do Rio de Janeiro, na tarde desta quinta-feira (30), deputados federais e estaduais informaram que o órgão identificou 100 dos 121 mortos na Operação Contenção.
Segundo os parlamentares, todos os corpos passaram por necropsia, exame que determina a causa e as circunstâncias das mortes. No entanto, os laudos oficiais devem ser divulgados apenas entre 10 e 15 dias úteis. Até o momento, 60 corpos já foram liberados para sepultamento.
Durante a visita, os deputados cobraram a divulgação da lista com os nomes das vítimas já identificadas. O deputado federal Henrique Vieira (PSOL) afirmou que a direção do IML informou que a decisão sobre a divulgação cabe à Secretaria de Polícia Civil.
Segundo a deputada federal Talíria Petrone (PSOL), o órgão informou também que a operação foi parte de uma investigação e por isso eles não podem identificar os mortos.
A comitiva também pediu que os familiares tenham direito de ver os corpos antes da retirada pelas funerárias, medida que, segundo os parlamentares, garantiria mais dignidade no processo de reconhecimento e sepultamento.
Projeto de Lei Antifacção
Em resposta à gravidade da situação, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, anunciou o envio de 20 peritos da Polícia Federal ao Rio de Janeiro. O objetivo é reforçar as investigações e as perícias relacionadas à megaoperação nos complexos do Alemão e da Penha.
Lewandowski também informou que o governo federal encaminhará nos próximos dias ao Congresso Nacional o Projeto de Lei Antifacção, que prevê penas de até 30 anos para crimes cometidos por organizações criminosas. O texto ainda será analisado pela Câmara dos Deputados e pelo Senado antes de seguir para sanção presidencial.
Operação Contenção
A Operação Contenção, realizada em comunidades do Rio de Janeiro, é considerada uma das mais letais dos últimos anos no estado. A ação das forças de segurança resultou em críticas de organizações de direitos humanos e questionamentos sobre o uso excessivo da força.
Enquanto as investigações avançam, familiares das vítimas seguem em busca de informações e de reconhecimento dos corpos, cobrando das autoridades transparência e celeridade no processo.
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