O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tiveram neste domingo (26), em Kuala Lumpur, na Malásia, uma reunião histórica durante a cúpula da Asean. O encontro, que durou cerca de 50 minutos, teve tom amistoso e resultou em promessas de cooperação comercial entre os dois países.
O principal tema foi a suspensão do tarifaço de 50% imposto sobre produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos. Lula pediu a retirada temporária da medida, enquanto Trump indicou que pode flexibilizar as tarifas conforme o avanço das negociações. “Vamos chegar a um acordo”, afirmou o presidente norte-americano.
Em suas redes sociais, Lula classificou o encontro como produtivo. “Discutimos de forma franca e construtiva a agenda comercial e econômica bilateral. Acertamos que nossas equipes vão se reunir imediatamente para avançar na busca de soluções para as tarifas e sanções contra autoridades brasileiras”, publicou o presidente.
Durante a reunião, também foram abordados temas como minerais críticos, regulação das big techs e o sistema Pix, que interessa ao governo americano como modelo de integração financeira. No campo agropecuário, os Estados Unidos demonstraram interesse em ampliar a venda de carne e etanol ao Brasil, enquanto o governo brasileiro busca acesso ao mercado americano de açúcar.
Segundo o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, “Lula deixou claro que não há assunto proibido e que a suspensão do tarifaço é condição para o acordo avançar”. Auxiliares do chanceler confirmaram que o presidente brasileiro explicou a Trump que o julgamento de Jair Bolsonaro seguiu o devido processo legal no país.
O encontro entre Lula e Trump, segundo analistas diplomáticos, marca um recomeço nas relações entre os dois países, com foco em reconstruir pontes econômicas e superar barreiras comerciais impostas nos últimos anos.