O governador Mauro Mendes disse que achou “desproporcional” o pedido da OAB-MT para que o procurador-geral de Justiça Deosdete Cruz Junior explique uma fala sobre a gravação de advogados em visita a presídios no Estado.
Segundo o governador, o procurador-geral não se referiu à classe profissional e existem indícios de que alguns advogados colaboram com o crime organizado, se passando de mensageiros para presos.
“Ele não falou que todos os advogados são errados, ele disse alguns advogados são errados e isso não dá para negar, assim como não dá para negar que alguns políticos são corruptos, alguns engenheiros também, como em qualquer outra profissão”, disse.
O procurador-geral Deosdete Cruz Junior sugeriu na segunda-feira (25) que as conversas de presos com seus advogados sejam gravadas para rastrear quem infiltra objetos proibidos ou entregam mensagens a clientes ligados a facções criminosas. Um dos problemas é a entrada de telefones celulares nos presídios, entregues a pessoas que comandariam ações criminosas lá de dentro.
Ontem (26), a OAB-MT (Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso) interpelou judicialmente o procurador-geral para que ele explique a sugestão. O órgão diz que o sigilo entre advogado e clientes não pode ser “relativizado” e a fala do procurador-geral “extrapola o limite da crítica”.